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26 Segunda-feira Jan 2015
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18 Domingo Jan 2015
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18 Domingo Jan 2015
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Israel Chalfen, no prefácio à biografia que escreveu sobre a juventude de Celan, insiste neste aspecto e recorda que era o próprio poeta que acentuava que a compreensão da sua linguagem adviria unicamente da contínua e repetida leitura da poesia. Celan nunca interpretava os seus poemas e só raramente adicionava alguma informação ao que escrevia, como se constata na correspondência com a sua mulher, Gisèle Celan-Lestrange, ao longo da qual muitos poemas lhe foram enviados, acompanhados simplesmente da tradução de algumas palavras em francês. Também a sua amiga de Czernowitz, Ilana Shmueli, recorda que Celan considerava que vida e poesia formavam uma unidade, não necessitando qualquer uma delas de elucidação suplementar. Tudo estaria já dito e essa sua exposição apenas reclamaria leitura. “Schibboleth”, nome de um poema de Celan e palavra codificada, torna-se, por assim dizer, metáfora do poema celaniano: o poema vale pela sua própria significação, pela realidade que ele próprio é e cria, não obstante permitir, ao mesmo tempo, tal como a senha, acesso a uma realidade que vive fora e para além dele. (p. 260)
Gilda Lopes Encarnação, in Posfácio a Não Sabemos mesmo O que Importa
18 Domingo Jan 2015
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ESPASMOS, amo-te, salmos
as paredes sensíveis no fundo do Tu-desfiladeiro
exultam, pintadas de sémen
Eterno, inertizado és tu,
eternizado, Ineterno, tu,
hurra,
em ti, em ti
canto a escoriação de barra no osso,
vermelho-vermelho, muito atrás do pêlo púbico
harpejado, nas cavernas,
fora, ao redor
o nenhum-cânone infinito,
tu arremessas-me a coroa de
ganchos nove vezes,
entrelaçada, gotejante. (p.211)
Não Sabemos mesmo O Que Importa- Cem Poemas, Relógio D’Água, 2014
15 Quinta-feira Jan 2015
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NOS RIOS a norte do futuro
lanço a rede, que tu
hesitante carregas com
sombras
escritas por pedras. (p. 145)
Não Sabemos mesmo O que Importa – Cem Poemas,Relógio D’Água, 2014
11 Domingo Jan 2015
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Platão afirma n’ A República que as personagens más são voláteis e interessantes, ao passo que as personagens boas são entediantes e sempre as mesmas. Isto exemplifica um claro problema literário. é difícil ser-se bom na vida, e difícil retratar a bondade na arte. Talvez não saibamos muito sobre a bondade. As personagens más que nos atraem talvez corrompam as pessoas, que pensam: «Então isto é aceitável.» A inspiração em personagens boas pode ser mais rara e difícil, mas o Alyosha d’ Os Irmãos Karamazov e a avó do romance de Proust existem. (p.244)
Entrevistas da Paris Review 2, Tinta da China, 2014